O lançamento do novo launcher do Facebook chacoalhou o mercado. Enquanto o mundo especulava que o time de Zuckerberg poderia lançar um smartphone próprio, o CEO da rede social anunciou algo mais simples, porém com grande potencial para abalar as estruturas de gigantes como Google e Apple.

“O Facebook Home pretende mudar o que chamamos de GUI (Guided User Interface), que é nada menos do que toda a interface entre o sistema operacional e o usuário – ou seja, a tela inicial dos celulares”, explica o consultor mobile Pedro Estima.

Confira o vídeo promocional do Facebook Home

O foco do Facebook, segundo Estima, é oferecer uma ferramenta social para smartphones, algo que o Android ainda não oferece com eficácia. Mas launchers que mudam a interface do Android não são novidade. Existem ferramentas, por exemplo, que simulam o iOS ou o Windows Phone no sistema operacional da Google. Então por que o Facebook Home está sendo tão aclamado? Pedro Estima tem um palpite:

“A diferença é que o launcher do Facebook vai trazer pra interface do smartphone uma experiência que o usuário já está acostumado a ter, que é usar a rede social e suas ferramentas enquanto navega na internet, compartilhando conteúdos do seu interesse”.

Para a Apple, o desafio é outro. “No Facebook Home, o foco é você e seus amigos. Já nos dispositivos Apple, o centro das atenções é o iTunes, a compra de músicas e de aplicativos. A partir do momento que surge uma nova ferramenta que desvia a atenção do usuário da fonte de renda da Apple, ela tem um problema”, avalia o consultor.

A grande inovação do time de Zuckerberg, no fim das contas, não foi o que eles fizeram mas sim como fizeram. É isso que deve tirar o sono da gigante de buscas e dos “herdeiros” de Jobs, daqui para frente.

“As ferramentas chegaram num ponto de excelência em que o ‘costume do uso’ é mais importante do que a qualidade. E o que o Home pretende fazer é facilitar ainda mais o uso do Facebook nos smartphones, reforçando e estimulando um hábito que, hoje, já é comum para mais de 1 bilhão de pessoas no mundo”, avalia Pedro Estima.