Comunicar para o público interno é sempre um desafio. Na verdade, são vários. Dificuldades de alinhamento com o marketing, baixo investimento e aquela sensação de ser a “gerência de festas” ou o “bombeiro do RH” geralmente acompanham quem se dedica a esta área. Por outro lado, às vezes, os próprios comunicadores internos passam boa parte do pouco tempo que sobra, entre um comunicado urgente e os prazos de fechamento, sonhando com a intranet perfeita em vez de focar em tornar seus processos mais eficientes.

A comunicação interna é um dos pilares da cultura organizacional – que, por sua vez, é o que sustenta a promessa da marca. Sim, isso é muita coisa. Afinal, a promessa só é cumprida quando as pessoas da organização entregam aquilo que a marca promete. E isso é pura cultura organizacional! Mas nem sempre a cultura desejada é a mesma que é praticada. E aí onde, normalmente, a comunicação interna falha. Até por estarem próximas ao RH e, por isso, muito envolvidas com os valores definidos pelo board, as áreas de Comunicação Interna têm uma tendência a falar sobre (e para) uma realidade que nem sempre é a que a empresa vive.

Comunicação-no-trabalho

Que tal, então, olhar um pouco para dentro antes de pensar em defender o upgrade ou a criação de um novo canal interno? Mapear os fluxos de informação, identificar pessoas que são pontos-chave para os processos de comunicação e entender que canais e conteúdos são relevantes para o público interno exigem menos investimento e podem resultar em melhorias significativas para os resultados de comunicação interna. Esse diagnóstico traz maior clareza sobre a tal cultura praticada e permite que as ações sejam pensadas para esta realidade – mesmo que seja para convencer de que vale a pena mudá-la. E para isso, às vezes, basta um ajuste fino em processos e conteúdos de canais já existentes e uma boa dose de planejamento.

Planejar, implementar, medir e adaptar deveria ser o mantra de toda área de Comunicação Interna. Assim como a máxima “menos é mais”. E isso não significa entregar menos. Mas entregar mais fácil. Como? Simplificando os processos. Por exemplo: emponderar os “comunicadores não especialistas” (aqueles pontos-chave citados no parágrafo acima) pode ser uma forma de descentralizar a produção e, ao mesmo tempo, ganhar relevância. Apropriar-se de canais “informais” é outro caminho. Se a adesão ao seu jornal mural anda em baixa, mas as equipes da área Comercial usam um grupo no WhatsApp para se comunicar, por que não usar este canal como um apoio às ações de comunicação interna (aliás, o aplicativo tem sido uma boa saída para a área, confira aqui).

Enfim, as possibilidades são muitas. E não tem receita de bolo, cada empresa apresenta caminhos diferentes para que a comunicação interna atue de forma mais simples e eficiente. Só há uma verdade em comum: as oportunidades estão pelos corredores. Basta aproveitá-las.