Recentemente a marca Itaipava foi alvo de críticas nas redes sociais por conta de sua campanha #FicaVerão. Não bastassem as polêmicas acerca da campanha original “Verão 100%” por conta do forte apelo masculino, a marca se viu no meio de uma chuva de críticas. Mas dessa vez o motivo não era o foco exagerado nos atributos físicos da modelo Aline Riscado, mas sim do uso de algo muito controverso nas redes sociais: os bots (também conhecido como “robôs de redes sociais”).

Os bots nada mais são do que automações que repetem um mesmo processo pré-definido pelos usuários e ela já foi e continua sendo usada das mais diversas maneiras. Ao usar a hashtag #FicaVerão, para que a Itaipava mantivesse a modelo Aline Riscado à frente de suas propagandas, os usuários do Twitter recebiam a resposta: “Obrigado. Agora é torcer para a campanha dar certo”. O problema é que quem interagia com os seguidores eram bots e não pessoas. E o resultado é que a resposta padrão foi enviada a todos, até mesmo quando a abordagem não fazia sentido para o conteúdo do tuíte que usou a hashtag da campanha.

itaipava-twitter1
Toda essa polêmica reacende a discussão: afinal, vale a pena usar bots em redes sociais? A resposta é: depende de como eles serão usados. Com um fluxo cada vez maior de informações circulando na rede é preciso de mais e mais profissionais para dar conta de tanto volume. E muitas empresas não dispõem de tanto recurso. É nessa hora que entram os bots. No caso da Itaipava eles foram usados para fazer uma função extremamente estratégica nas redes sociais que é o contato com o cliente.

Porém, os bots podem fazer ações mais simples como curtir uma foto no Instagram que use determinada hashtag, seguir perfis que use determinado termo em suas bios e por aí vai. Inclusive, são automações (obviamente muito mais complexas) que entregam continuamente os resultados de buscas no Google e em outras redes sociais. São os mesmos bots que definem se o seu anúncio aparecerá para determinado perfil no Facebook ou não.

Portanto, os bots são uma realidade e não uma opção. Porém, utilizar esse tipo de recurso para uma ação estratégica (como responder a seus fãs) não é das melhores escolhas. O usuário de redes sociais procura uma relação com a marca. Num mundo que “conteúo é o rei” ele deve ser gerado pela marca, mas co-criado com o target. Responder automaticamente às interações quebra a relação de confiança entre pessoas e marcas.
No afã de obter números cada vez mais expressivos (seja o número de seguidores, de likes ou de acessos etc.) esquece-se que o coração das redes sociais é justamente a interação que elas proporcionam entre marcas e seus clientes, seguidores e fãs. E relegar algo tão precioso à fria resposta de um robô desagradou boa parte dos usuários impactados pela campanha.