Adoro ler sobre marcas e como elas alcançaram de sua história. Recentemente li uma ótima sobre a marca Johnnie Walker. Tudo é muito bacana sobre como um jovem de 14 anos, ao ter de enfrentar a morte prematura de seu pai, vende uma antiga fazenda, abre um pequeno negócio local e cria uma das marcas mais conhecidas do mundo. Porém, uma passagem em especial me marcou. No começo de sua trajetória, o uísque Johnnie Walker começou a fazer sucesso com a população local ao redor de sua humilde mercearia e logo a notícia daquele líquido precioso chegaria aos ouvidos de grandes comerciantes escoceses. Em pouco tempo, a bebida virou a predileta de toda Escócia e passou a ser muito demandada. Um executivo presunçoso poderia se satisfazer com esse rápido sucesso e desfrutar dos cifrões que seu líquido de qualidade única lhe dariam. Mas o jovem Walker queria mais. Sua visão ia além.
Conversando com transportadores, Johnnie notou que poderia melhorar o transporte de suas garrafas se adequasse seu formato arredondado.Praticamente todas as bebidas da época, incluindo uísques, vinham em garrafas de vidro arredondadas (aliás, até hoje é assim). Assim, o corajoso empreendedor arriscou desagradar alguns clientes ao criar uma garrafa quadrada, que facilitaria muito o processo de transporte. Ou seja, ao invés de se apegar ao sucesso ou ao discurso de que “em time que está ganhando não se mexe”, Walker apostou em uma mudança brusca em sua embalagem, mas que futuramente lhe traria muitos benefícios no transporte e armazenamento de seu precioso e reuerido líquido. A mudança, que veio de uma necessidade de clientes (ou parceiros, como preferir), reforça o discurso do quão é importante não apenas nos preocuparmos com o cliente final, mas todo o processo. E olha que o jovem Johnnie Walker nunca nem tinha ouvido falr em marketing 3.0 e seus conceitos necessidades “espirituais” do ser humano.
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