Com mais de 1 milhão de advogados formados e mais de 100 milhões de processos correntes, de acordo com números da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o mercado jurídico está cada vez mais acirrado, impondo aos profissionais da área uma necessidade constante de aprimoramento.

Esse fato, somado aos diversos avanços tecnológicos que estão mudando o exercício da profissão, fez surgir a figura do advogado do futuro. Analisando o que especialistas do mercado dizem sobre esse processo, chegamos a uma breve conclusão sobre o perfil desse novo profissional.

O futuro da advocacia é tecnológico…  

O uso consciente da tecnologia será um fator decisivo em prol da advocacia. Isso não significa que teremos máquinas substituindo o humano, mas sim, auxiliando os profissionais e automatizando tarefas com mais celeridade, organização e precisão.

De acordo com a Thomson Reuters, empresa especializada em tecnologia e expertise humana, a automação do departamento jurídico permite, entre outras coisas, otimizar tarefas cotidianas, diminuição do tempo de resposta, mais controle sobre os custos processuais e implantação de tomada de decisão orientada por dados.

Dessa forma, o advogado do futuro tem que estar apto ao uso da tecnologia e a par de termos do momento como ODR, Legal Analytics, Blockhain e outros.

Também será fundamental estar por dentro de tudo ligado a questões de privacidade. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entra em vigor a partir de agosto deste ano e vai regular o tratamento de dados pessoais de clientes de empresas públicas e privadas.

Ou seja, os escritórios de advocacia, assim como seus clientes, precisarão ter atenção redobrada com informações dos seus clientes – e seguir cuidadosamente os procedimentos previstos na nova lei – sob pena de multas que podem chegar à casa de R$ 50 milhões.

…e comportamental

Estar antenado às tecnologias é um passo importante para o advogado do futuro, mas está longe de ser o único. Outro ponto importante será a questão comportamental.

Em artigo publicado na Forbes, intitulado “The Future Lawyer”, o professor Mark A. Cohen avalia que a forma como os serviços jurídicos serão prestados vai mudar drasticamente. Do advogado passará a ser exigido um perfil mais empreendedor, com visão de negócio e perfil colaborativo.

Indo além, a questão social também ganha mais destaque. A tendência é ser muito mais cobrado do advogado vigor na preservação da imprensa livre e atuação para não deixar que as famigeradas “fake news” subvertam fatos, evidência e instituições democráticas.