Em um mercado jurídico cada vez mais competitivo, os escritórios de advocacia vêm buscando novas formas de se destacar, construir autoridade e, principalmente, gerar oportunidades reais de negócio. Nesse contexto, os eventos, tanto presenciais quanto online, têm deixado de ser vistos como simples ações institucionais para ganhar protagonismo como ferramentas estratégicas de prospecção, relacionamento e geração de valor. 

O que antes era considerado um movimento de bastidores, mais voltado ao reforço de marca ou à construção de reputação, hoje se consolida como uma ponte direta com potenciais clientes corporativos. A palavra de ordem agora é intencionalidade. Não se trata mais de fazer eventos por fazer, mas de criar experiências que aproximem o escritório dos tomadores de decisão certos, no momento certo, com o conteúdo certo. 

De tendência a realidade 

Embora eventos jurídicos não sejam uma novidade, o modo como eles estão sendo utilizados mudou significativamente nos últimos anos. Antes focados em grandes seminários e conferências com extensa programação, muitos escritórios perceberam que menos pode ser mais. A nova abordagem prioriza encontros mais enxutos, altamente direcionados e com maior nível de personalização. A meta é clara: qualidade acima de quantidade

Esses eventos menores, cafés da manhã, reuniões executivas, encontros temáticos com grupos restritos, promovem interações mais ricas e profundas. É justamente essa aproximação, mais pessoal e estratégica, que abre espaço para conversas significativas, nas quais o escritório pode se posicionar como parceiro e não apenas como prestador de serviço. 

O evento como ponto de partida para novos negócios 

O valor de um evento bem estruturado está na sua capacidade de capturar a atenção qualificada de potenciais clientes, mesmo que por poucos minutos. Quando o conteúdo apresentado toca em dores reais, traz soluções aplicáveis ou antecipa tendências relevantes para o negócio do público, ele se torna um gatilho poderoso para o início de novas relações comerciais

Não é raro que, após um evento bem planejado, surjam convites para reuniões, pedidos de propostas ou mesmo oportunidades de expansão de escopo com clientes já existentes. Em alguns casos, a apresentação de um case ou o compartilhamento de uma análise prática pode ser o ponto de virada na percepção de valor que uma empresa tem sobre o escritório. 

Tipos e formatos: flexibilidade como vantagem 

Não existe uma fórmula única. Os formatos variam conforme o objetivo: 

  • Presenciais e intimistas: como cafés da manhã, almoços ou encontros exclusivos para clientes estratégicos. 
  • Online e abertos: como lives e webinars com foco em captação de novos contatos. 
  • Eventos patrocinados: participação em eventos de setores específicos onde estão os tomadores de decisão das empresas-alvo. 
  • Híbridos: com transmissão ao vivo para ampliar o alcance, mas ainda com um grupo presencial engajado. 

A chave está em definir o objetivo do evento: fidelizar, captar, educar, ampliar contratos ou gerar visibilidade. Cada escolha de formato deve ser coerente com essa meta. 

A chave está no planejamento e no objetivo 

Mais importante que o formato, é entender qual o objetivo daquele evento. O evento será para estreitar o relacionamento com clientes atuais? Para prospectar novos contatos? Para fortalecer a marca num novo segmento? A resposta a essas perguntas é que define o modelo ideal de evento. 

Outro ponto importante: o evento não termina quando a palestra acaba. É nesse momento que a prospecção de fato começa. Um bom plano de pós-evento, com acompanhamento dos participantes, envio de materiais, marcações de reuniões e outras estratégias de conversão, é essencial para transformar atenção em oportunidade real de negócio. 

Lição prática: “palestra não é aula” 

Durante os eventos, é essencial lembrar que o papel do advogado palestrante não é “dar aula” ou repetir tecnicalidades jurídicas. O foco deve estar em apresentar, de maneira acessível e objetiva, como determinada questão legal impacta os negócios do público presente. 

Mais do que compartilhar conhecimento, o evento deve mostrar relevância. O conteúdo precisa ser orientado à solução de problemas, à identificação de oportunidades e à tomada de decisões estratégicas. Quando bem feito, esse tipo de abordagem posiciona o escritório como um aliado do negócio, e não apenas como um especialista distante. 

Engajamento antes, durante e depois 

A comunicação ao redor do evento também faz toda a diferença. O convite precisa ter apelo, o tema deve gerar curiosidade e o valor da participação deve estar evidente desde o primeiro contato. Isso envolve ações simples, como campanhas por e-mail e WhatsApp, mensagens personalizadas, lembretes com chamadas instigantes e uma linguagem clara, centrada nos benefícios para o participante. 

Durante o evento, o engajamento pode ser reforçado com interações ao vivo, perguntas abertas e momentos de networking. Já no pós-evento, o envio de um resumo, um e-book complementar ou um convite para um encontro individual pode ser o passo decisivo rumo à conversão. 

Em resumo, os eventos jurídicos deixaram de ser ações de visibilidade para se tornarem ferramentas de marketing de relacionamento e prospecção altamente eficazes. Com criatividade, estratégia e um bom planejamento, qualquer escritório, independentemente do porte ou da área de atuação, pode transformar eventos em uma ponte direta para novos negócios. 

Em um mercado que exige diferenciação, capacidade de comunicação e foco no cliente, os eventos representam uma oportunidade concreta de conexão com quem realmente importa: os decisores. E para os escritórios que ainda não exploraram esse caminho, 2025 pode ser o momento ideal para começar.