Este artigo faz parte de uma série voltada a oferecer conceitos fundamentais para impulsionar os resultados de escritórios de advocacia que desejam crescer de forma estratégica e sustentável. 

Marketing Jurídico: por onde começar 

Muitas vezes, quando falamos em marketing jurídico, a primeira associação é com “comunicação”: redes sociais, anúncios, branding. Mas a verdade é que o marketing nasce na administração. Ele existe para servir ao desenvolvimento de negócios. Por isso, em um escritório de advocacia, precisa estar 100% alinhado aos objetivos estratégicos da sociedade de advogados. 

E aqui está um ponto central: para gerar novos negócios, não basta falar do escritório ou dos serviços. É preciso compreender o cliente. Afinal, nem todo potencial cliente está no mesmo momento de consciência. Alguns sequer sabem que têm um problema que você pode resolver. Outros já sabem, mas ainda não agiram. E uma parte, aí sim, está pronta para decidir. 

Compreender esse processo é o que diferencia uma estratégia de marketing que gera resultados de outra que apenas gera posts bonitos. É o que vamos analisar abaixo. 

Os três estágios de maturidade do cliente 

Todo cliente em potencial passa, inevitavelmente, por três estágios de maturidade: 

1. Topo do Funil: O Cliente Inconsciente 

Imagine uma empresa que vive apagando incêndios: prazos apertados, multas inesperadas, retrabalhos constantes. O gestor sente a dor, mas ainda não a associa a um problema jurídico que precisa ser resolvido. Para ele, isso é apenas “parte do jogo”. 

Esse é o cliente de topo de funil. Ele não busca seu serviço jurídico porque não percebe a dimensão do problema. 

Como abordá-lo? 
A estratégia aqui não é falar do seu serviço, mas sim das dores diárias que ele vive. É mostrar que existe um jeito melhor de lidar com aquilo. Conteúdos educativos, histórias de mercado, exemplos de risco e oportunidade funcionam bem. Seu papel é despertar consciência, não vender serviço. 

2. Meio do Funil: O Cliente Consciente, mas Procrastinador 

Aqui está aquele gestor que já percebeu que precisa de ajuda, mas deixa para depois. Sempre surge uma prioridade maior, ou falta confiança para contratar. Esse é o típico cliente que curte seus posts, abre newsletters, mas ainda não marca uma reunião. 

Como abordá-lo? 
O trabalho aqui é criar senso de urgência. Mostrar o risco de não agir (multas, passivos, perda de oportunidades) e também o ganho de quem se antecipa. Webinars, palestras e comparativos são ótimos para reforçar a mensagem. É o momento de usar exemplos de empresas semelhantes que resolveram o problema e obtiveram resultados concretos. 

3. Fundo do Funil: O Cliente que Busca Solução 

No fundo do funil estão os potenciais clientes que já entenderam a gravidade do problema e querem resolvê-lo agora. Eles estão comparando escritórios, analisando propostas e diferenciais. 

Como abordá-lo? 
Aqui é hora de clareza e objetividade. Mostre sua proposta de valor, metodologia de trabalho, sistemas e prazos. Use cases (dentro das regras da OAB), depoimentos, indicadores de sucesso. A presença pessoal dos sócios e advogados no LinkedIn é crucial, pois a confiança pesa tanto quanto a técnica nesta fase final. 

Os erros mais comuns dos escritórios 

Apesar de parecer simples, muitos escritórios tropeçam na execução: 

  1. Falar a mensagem errada para o estágio errado. 
    Postar sobre relatórios detalhados do escritório (conteúdo de fundo de funil) para um público que ainda está apagando incêndios. 
  1. Focar apenas no fundo do funil. 
    A maioria dos escritórios concentra energia só em quem está pronto para contratar, mas esquece que existe um universo muito maior de potenciais clientes em estágios anteriores. 
  1. Não criar mecanismos de avanço no funil. 
    Fazer posts, mas não ter newsletter, webinars, artigos ou materiais de aprofundamento que ajudem o cliente a caminhar pelos estágios de consciência. 
     

Como melhorar sua abordagem 

A chave é reconhecer esses estágios e construir uma estratégia que converse com cada um deles. 

  • Produza conteúdos que ajudem o cliente a evoluir de estágio em estágio
  • Estruture canais de relacionamento (newsletter, eventos, artigos, redes sociais) que criem confiança contínua. 
  • Transforme a preocupação genuína em solucionar problemas em conteúdos que eduquem e guiem o cliente. 
     

O resultado? Um funil mais amplo, mais maduro e mais previsível. Em outras palavras: menos sorte e mais estratégia na geração de negócios.