No ambiente digital atual, a abundância de informações transformou a atenção em um recurso escasso. Para escritórios de advocacia que atendem empresas, o desafio não é apenas produzir conteúdo, mas garantir que ele seja percebido. E, principalmente, garantir que ele seja percebido como relevante pelo público certo.
Mais do que quantidade, o diferencial está na qualidade e na relevância do que podemos produzir.
Desafios do conteúdo no cenário digital
Desafio 1: Névoa de Conteúdo e Economia da Atenção
As redes sociais e internet 2.0 transformaram consumidores em produtores e consumidores simultaneamente, resultando em excesso de publicações e dificultando o engajamento orgânico.
Se antes só as grandes marcas (ou os grandes grupos de comunicação) produziam o conteúdo disponível na intenet, hoje todo usuário é perfeitamente capaz de produzir seu próprio conteúdo.
E as pessoas estão produzindo. Enquanto seu escritório produz uma análise sobre a Reforma Tributária, o seu vizinho posta o exercício físico que ele fez agora cedo, a vizinha posta um prato de comida, sua tia posta uma foto interagindo com o bebê da sua prima e por aí vai.
Os conteúdos das marcas competem com conteúdos o tempo todo. Diariamente. E isso acaba causando o que chamamos de “névoa de conteúdo”. Que, como o próprio nome diz, acaba causando uma “cegueira” em meio a tantas coisas que são publicadas.
Dessa forma, mais do que nunca, precisamos que o nosso conteúdo se destaque no meio disso tudo. Do contrário, ele não conseguirá sair dessa “névoa” e será engolido por ela.
Desafio 2: O Algoritmo como filtro
As plataformas digitais só exibem o que consideram interessante para o usuário, tornando irrelevante a simples produção em volume.
E faz sentido que haja esse filtro. Além de garantir uma “qualidade do que é exibido”, o algoritmo destaca o que ele julga interessante e joga na “névoa de conteúdo” o que ele considera trivial ou de baixa qualidade.
Sem esse filtro, seria muito complicado (quiçá impossível) acompanhar tudo o que é produzido pelos perfis que seguimos nas redes sociais.
Desafio 3: dificuldade de se destacar
Se com estratégia, muitas vezes, é difícil se destacar em meio a tantos conteúdos, imagina sem. Portanto, perfis ativos sem estratégia dificilmente se sobressaem e acabam no que já falamos aqui, névoa de conteúdo. Eles estão ali, no meio dos outros, juntos e misturados, mas não conseguem se sobressair.
Vale ressaltar: não basta postar com frequência se você não tem um objetivo previamente definido. Postar com frequência, sem estratégia, só vai lhe cansar e frustrar. Pior: vai lhe dar a falsa sensação de que o marketing não funciona. Veremos, abaixo, como produzir um texto que se destaque dos outros. É necessário técnica, planejamento e consistência.
Até para saber se todo esse esforço está gerando algum resultado.
Desafio 4: como ter relevância
O grande diferencial é o quanto o conteúdo conversa com as dores, desafios e interesses reais do público-alvo. Sem isso o conteúdo acaba ficando muito similar ao de outros escritórios. E, com isso, perde relevância para o seu público alvo e acaba não se destacando.
Por outro lado, quando você consegue responder, em forma de conteúdo, a dúvidas, dores e anseios da sua audiência, ela automaticamente se conecta com a sua marca. E uma vez conectada, ela se engaja.
Os 4 passos para criar conteúdo irresistível
1. Defina o cliente ideal (ICP)
- Evite falar com “todo mundo”.
- Identifique o segmento/indústria e o cargo do tomador de decisão (ex.: diretor jurídico, CFO, CEO, RH).
- Mapeie aspectos comportamentais: dores, objetivos, objeções, aspirações.
- Cada área ou serviço pode demandar um ICP diferente.
2. Amplie a oferta de temas
- Vá além da autopromoção institucional.
- Produza conteúdos que resolvam problemas do dia a dia do cliente.
- Utilize pesquisas de mercado segmentadas, que tragam insights realmente úteis para aquele nicho.
3. Use a linguagem certa
- Reduza o “juridiquês” e privilegie a linguagem de negócios.
- Até mesmo executivos jurídicos estão inseridos em uma lógica empresarial e valorizam clareza e objetividade.
4. Varie formatos e estágios de consciência
- Distribua a mesma informação em formatos diferentes: vídeos, artigos, e-books, estudos de caso, webinars.
- Adapte o conteúdo ao estágio de consciência do cliente:
- Início (consciência): posts curtos e comentários de notícias.
- Meio (consideração): artigos aprofundados, relatórios, e-books.
- Fim (decisão): materiais longos e detalhados, como webinars e estudos de caso.
Pensando pela cabeça do cliente
A chave é observar o conteúdo pela ótica do seu cliente. Pergunte-se:
- Quais são as dúvidas mais comuns?
- Que erros eles costumam cometer?
- Quais soluções ou caminhos estão buscando?
Cada um desses pontos pode se transformar em um conteúdo valioso. Ao educar o cliente e trazer clareza, o escritório se posiciona como referência, sem o risco de “entregar demais”: conhecimento fragmentado nunca substitui a expertise e a execução profissional.
Criar conteúdos impossíveis de ignorar exige menos sobrecarga e mais estratégia. Definir o público certo, diversificar os temas, adotar a linguagem adequada e variar formatos são passos fundamentais para que o conteúdo se destaque em meio à névoa digital.
Essa abordagem garante não apenas alcance, mas também conexão genuína com os clientes ideais, transformando o marketing de conteúdo em uma ferramenta estratégica para geração de valor e autoridade.
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