Que atire a primeira pedra (e provavelmente a única) quem não viu ou participou de um debate político nas redes sociais durante as Eleições 2014. O evento mais importante para a política brasileira teve repercussão recorde nas redes. Mais populadas e maduras, Twitter e Facebook foram os campos prediletos para o debate (em alguns casos poderíamos dizer embate).
E como neste democrático espaço buscamos tratar sempre de assuntos ligados ao mercado de webmarketing, destacamos alguns pontos que nos chamaram atenção nas redes sociais e internet como um todo, durante as eleições:
1) Blogs e blogueiros se firmam como os novos influenciadores e contraponto à mídia tradicional
Se no passado dependíamos dos grandes veículos de mídia para nos manter informados, hoje temos a internet. É claro que esses grandes nomes do jornalismo tradicional funcionam como um balizador e validador de muito do que é ventilado na rede. Porém, os jovens já não se pautam exclusivamente por eles (eu diria até que têm cada vez menos relevância com a garotada). Os blogs são hoje os canais alternativos de comunicação. Não apenas uma comunicação paralela, mas também um conteúdo mais nichado. Eu vi blogueiros e YouTubers (ou vlogueiros) de várias tribos falando sobre política, mesmo quando originalmente seus canais tratassem de outros assuntos. Obviamente escolher um lado na política sempre tem seu ônus, mas o bônus desses influenciadores introduzirem a política para seus milhares de fãs é simplesmente sensacional.
2) Twitter: cobertura em tempo real e o surgimento do mito Eduardo Jorge
Pesquisas, falas dos candidatos, planos de governo, matérias e muitos posts autorais. O Twitter foi uma das principais fontes de informação nessas eleições. De longe a mais ágil das redes, o passarinho azul trazia notícias a cada segundo (dependendo de quantas pessoas você segue na rede). Porém, o mais bacana foi ver que, enfim, alguns políticos estão aprendendo a usar a rede. Da forma mais autentica possível, Eduardo Jorge, o candidato figuraça do PV, arrebanhou alguns milhares de novo seguidores para sua rede. E é dessa forma que a rede precisa ser encarada. Como uma plataforma de contato e não de propaganda. Eduardo Jorge entendeu isso e hoje colhe os frutos de uma verdadeira “web celebrity” (apesar dele provavelmente não saber o que significa, tampouco se importar com o que isso represente). Além disso, tivemos um fenômeno curioso que foram grandes celebridades de Hollywood declarando seu apoio a determinado candidato. E teve de tudo. Mark Ruffalo (que recentemente fez Hulk nos cinemas), Danny Glover e, o mais emblemático: Lindsey Lohan. Famosa por grandes aparições dentro e fora das telas, a atriz declarou seu apoio ao candidato Aecio Neves. Porém, em pouco tempo, revistas e canais de tv americanos foram investigar quem era o candidato brasileiro que ela estava apoiando e, ao invés de propostas, brotaram informações pessoais que, digamos, jogava contra o senador tucano. Tão rápido quanto postou seu apoio, poucos dias depois, Lindsey acabou retirando seu apoio a Aecio, o que aumentou ainda mais o burburinho.
3) Os debates (e embates) do Facebook
Assim como o Pelé opina sobre todos os temas possíveis em nossa existência terrena, o Facebook se tornou (nestes últimos dias) o fórum onde os principais temas relacionados à política brasileira foram tratados. Por ser um espaço extremamente popular e acessível, a rede de Zuckerberg passava, em alguns casos, de fórum para campo de batalha. “Coxinhas” e “PTralhas” duelaram tentando impor seu ponto de vista. Muitas vezes essa imposição à força cansou, mas no final, muita informação legal circulou. Quem não entendia nada, agora já conhecem boa parte das propostas dos presidenciáveis, que o bolsa família exige crianças matriculadas na escola, que a alta do dólar depende de inúmeros fatores externos e internos, que a seca se transferiu do nordeste para São Paulo, que o Aecio buscava uma gestão pública mais próxima da empresarial (inclusive usando termos bastante conhecidos no “corporativês” como meritocracia etc.) e que a Dilma é boa em economia e em discursos, mas não tem boa oratória em debates. É claro que houve boataria, memes de todos os tipos e muita informação “rasa”. Mas…
4) A enchente de dados sobre eleições
Seja nos TTs, Google Trends ou nas postagens de Facebook, a internet foi inundada pela onda chamada Eleições 2014. Blogs, sites, portais de notícias, fan pages e milhares de perfis trocaram mensagens sobre o tema.
5) Diferenciação entre redes “pessoais” e profissionais
Se no Facebook e no Twitter as pessoas se sentiram à vontade para declarar seu apoio político aos candidatos, no LinkedIn parecia que nem estávamos em época de eleições. Ponto para a maturidade dos usuários, que souberam distinguir o perfil de cada rede e mantiveram suas opiniões políticas em redes mais “pessoais”.
Durante meses a fio de debates (ou embates) diários sobre campanhas, candidatos e programas de governos nas redes sociais, quem venceu foi a democracia. A liberdade de postar ideias e trocá-las com sua rede. Claro que houve exageros, mas ver tantas pessoas falando de políticas públicas, planos de governo, soluções financeiras etc. em vez do resultado do futebol do fim de semana ou quem será o novo Big Brother me deixou esperançoso. Reclamação recorrente entre um gole e outro de chope, o brasileiro enfim está falando sobre política. Ok, ainda estamos aprendendo essa matéria. Mas ao menos ela está despertando interesse na população como um todo. Principalmente os jovens. Como falam bem, se baseiam em dados, números, pesquisas. O caminho é este.
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